Este texto aborda:

► Os envolvimentos da retenção sentimental e seus desdobramentos;

► Benefícios ligados ao processo e tratamento de liberação emocional;

► Indicação desse tratamento em casos pessoais ou de grupos específicos, como em empresas, escolas (corpo docente) e grupos de trabalho ou equipes que necessitam de sinergia e integração;

► Técnicas de liberação emocional;

► Aspectos da reprogramação emocional.

O tratamento de liberação emocional age na ativação da memória celular ligada à cadeia muscular, liberando sentimentos antigos guardados ao longo dos anos.  Cada sentimento, armazenado em um ponto bastante específico.

Essa retenção sentimental involuntária, fruto (quase) natural do convívio humano, é responsável pela ativação de atitudes e percepções inconscientes que agem de maneira prejudicial nos relacionamentos diários, tornando-se principal elemento gerador de antipatias aparentemente sem explicação entre as pessoas e também como mola de ativação das  defesas de personalidade, igualmente prejudiciais ao convívio e relacionamento humanos bem como à saúde de uma forma geral.

Como desdobramento agravante desse quadro, muitas vezes, inconscientemente e sem querer, descarregamos sentimentos como raivas, inseguranças, medos e padrões inconscientes de comportamento em pessoas que, como se diz correntemente, “não têm nada a ver com o pato”. Deixamos problemas ligados ao desafio do nosso resgate pessoal e interno refletirem-se, amplificados, nos nossos relacionamentos conjugais e familiares, bem como os problemas desses últimos saltarem do âmbito de nossas casas e nos acompanharem para serem novamente vivenciados no ambiente de trabalho, na escola, trânsito, lugares que frequentamos, enfim, na nossa vida social de uma forma em geral.

Complicador para lidarmos com a questão da ativação desses sentimentos consiste no fato de, para o corpo emocional, não existir o tempo linear, forma de percepção comum, por exemplo, para o corpo mental. Ao sentirmos determinadas ativações de medo ou raiva (ou outro sentimento qualquer) nosso sistema, devido a essa percepção não linear do corpo emocional, reage da mesma forma que nossa criança reagiu sob a mesma situação/pressão, o medo, a raiva, são os mesmos…  Projetando isso para situações complexas de percepção, facilmente entendemos porque tantas pessoas “explodem”, perdem o controle ou têm reações aparentemente desproporcionais ao estímulo ou cenário considerados.

Por exemplo: uma pessoa, homem ou mulher, que teve raiva acumulada e contida de um ou vários homens e que ainda não liberou corretamente essa raiva, toda vez que se relacionar com um homem qualquer irá manifestar, provavelmente através de modos inconscientes, essa raiva, o que irá gerar em seu interlocutor, automática e inconscientemente, reações de defesas e até arrogância, gerando um ciclo de retroalimentação desse sentimento.

Essa raiva, como qualquer outro sentimento, poderá ser descarregada em um episódio futuro dentro do qual a reação da pessoa é totalmente desproporcional ao estímulo que a gerou. Pode acontecer de ela até agredir, violentamente, alguém que lhe causar algum tipo de provocação de menor relevância. É o caso que cabe aquela analogia do copo cheio, sendo aquela provocação / desfeita, embora pequena, a gota d´água que o fez transbordar.

A captação desses sentimentos interiorizados e não vividos ou descarregados adequadamente é particularmente amplificada em ambientes envolvendo:

► Profissionais que lidam diretamente com o público em geral e atendimento de clientes;

► Pessoas ou situações nas quais a sensibilidade é ou está naturalmente maior ou mais aguçada, como é o caso de pessoas em ambiente instrucional, especialmente quando envolvendo crianças e/ou adolescentes. Neste particular, instrução de crianças e/ou adolescentes, cabe especial papel aos pais: de verificar, fiscalizar, zelar e contribuir para que a escola de seus filhos promova e incentive entre seu corpo docente a aplicação e vivência dos tratamentos de liberação emocional, de modo que o relacionamento professor/aluno seja o mais fluido, livre de defesas, distorções e desvios energéticos e emocionais possível;

► Pessoas já emocionalmente debilitadas, como doentes em busca de tratamento ou pessoas em dificuldades em busca de atendimento/amparo social.

O tratamento de liberação emocional nos descarrega de sentimentos e tensões acumulados e antigos, abrindo caminho para maior entendimento, percepção e visualização de situações de conflito, nos preparando para lidar melhor com a manifestação de nossas emoções e das de outras pessoas, refletindo-se numa melhora imediata e substancial de nossos relacionamentos e grupos de convivência e trabalho.

A vivência desse processo diminui, sensivelmente, a possibilidade de “não batermos com o santo” de determinadas pessoas, bem como amplifica nossa habilidade de nos relacionarmos melhor com um número bem maior de indivíduos, melhorando, inclusive, nosso potencial natural de nos resgatarmos, bem como de, por reflexo, melhorar o ambiente à nossa volta, assim como contribuir para o resgate das pessoas com as quais estaremos nos relacionando, quer em contatos eventuais, rotineiros ou ainda mais próximos e íntimos.

Cabe ressaltar, por último, que essa melhora da qual podemos vir a ser canal em relação ao próximo, após um processo de liberação emocional, passa a se manifestar de forma mais natural, não necessitando de uma ação e/ou intervenção proativa de nossa parte, pois já sabemos, pela própria experiência pessoal, que em muitas vezes nas quais tentamos agir dessa maneira (interferindo direta e deliberadamente para mudar ou influenciar as pessoas) as coisas acabaram “desandando” e piorando…

Essa situação reversa está diretamente ligada aos próprios desdobramentos do que já foi colocado em relação à percepção, consciente ou inconsciente, da pessoa sobre a qual estávamos querendo agir em relação às nossas próprias emoções, intenções e padrões de comportamento acumulados que ainda não havíamos trabalhado em nós, abrindo, assim, o canal para o começo e recomeço de distúrbios e desentendimentos, agora já amplificados pelas defesas ativadas de nosso interlocutor.

É dessa forma que vemos muitas de nossas boas intenções caírem por água abaixo quando o que mais queríamos, inicialmente, era só melhorar e abrir mais um relacionamento.

Um grande exemplo para observação, estudo e constatação desse quadro está, muitas vezes, nos relacionamentos mais íntimos e próximos, como os de pais e filhos ou casais já com algum tempo de convívio. Vemos o espelhamento dessas situações, envolvendo agora um requinte maior de elaboração e contenção, nos ambientes profissionais.

Num resumo, o tratamento de liberação emocional:

► É indicado para qualquer pessoa que queira estar melhor consigo mesmo e com o próximo;

► É particularmente benéfico para os que lidam diretamente com pessoas, especialmente crianças e/ou adolescentes ou aquelas que se encontram doentes ou com problemas pessoais;

► Tem grande efeito quando aplicado em grupos de trabalho ou equipes que necessitam de sinergia e integração;

► É especialmente indicado e eficiente para aqueles que estejam vivenciando período emocional delicado, como desgaste por sentimentos dominantes, situações de depressão, estresse, ideia fixa, medos, tensões (agudas, crônicas ou inconscientes), apatia e raiva ou agressividade interiorizadas ou inconscientes.

A vivência do tratamento de liberação emocional apresenta, ainda, o benefício de nos ensinar/abrir caminho para não mais aceitarmos em nós o re-acúmulo dos sentimentos liberados. Por intermédio desse processo, aprendemos a manifestar sentimentos como raiva de forma madura e consciente, não mais alimentar o acúmulo de palavras não ditas ou mágoas, por exemplo, bem como a aceitar, viver e liberar melhor sentimentos de dor, tristeza e carências, sentimentos esses de natureza projetiva e difíceis de lidar, especialmente quando estamos operando de forma inconsciente e desequilibrados.

Técnicas Para a Liberação Emocional

  • Outros Influxos energéticos (direcionados ou não..):

Importante: a estabilização emocional após um processo de liberação emocional deve ser proporcional à intensidade do processo realizado.

Reprogramação Emocional

Alguns sentimentos ou percepções são mais passíveis de serem mudados definitiva e quase que instantaneamente após uma sessão de cura. Esses sentimentos, normalmente, estão ligados a percepções e/ou expectativas distorcidas da realidade, como por exemplo, sensação de que algo extraordinário irá acontecer e mudar sua vida, ou até mesmo a sociedade e o mundo; necessidade de reconhecimento e acolhimento além da realidade (normalmente a pessoa sequer tem noção que sua carência de afeto e reconhecimento é gigante e, definitivamente, fora da realidade: não importa o quanto ela seja reconhecida, sua expectativa será ainda maior…).

Outros sentimentos, para serem dissolvidos, envolvem o desdobramento de longos períodos, pois demandam a troca de memórias de situações adversas por novas experiências compensatórias.

No primeiro caso, temos o grupo das “coisas” que a pessoa idealizou ou projetou distorcidamente a partir de suas próprias ideias e percepções. No segundo, experiências negativas efetivamente vividas e que precisam ser trocadas.

A memória pode independer da vontade consciente, manifestando-se automática e diretamente ligada e influenciada pela qualidade emocional presente durante o momento de ocorrência e gravação de seus conteúdos. Dessa forma, uma sensação constante, por exemplo, de fracasso não será passível de ser esquecida pela pessoa. Entretanto, sua memória emocional de fracasso poderá ser reeditada por experiências recorrentes de sucesso e êxito, proporcionalmente tão importantes quanto a(s) experiência(s) que geraram o sentimento anterior de fracasso e perspectiva de que tudo o que venha a ser realizado “não levará a nada”.

Nesse “mesmo barco” encontram-se experiências de rejeição, medo/insegurança, fraqueza, fome e carência, dentre tantas outras que devem ser reeditadas construtivamente com experiências bem sucedidas de aceitação, confiança, força, satisfação etc. Isso pode levar muitos anos, dependendo de cada caso.

Muitas mudanças só serão passíveis de serem efetivadas e gravadas como definitivas em nós a partir de exercícios constantes, não apenas, e também, exercícios físicos, mas exercícios de comportamento e atitudes. Por exemplo: para acabar com uma sensação constante de ansiedade é muitíssimo recomendado o exercício de comer lentamente, o que exige, normalmente, um esforço tremendo, a confluência de várias pequenas técnicas e muito, muito tempo, para que a pessoa possa ter êxito nessa tarefa aparentemente tão simples.

Após percebido um determinado padrão indesejável em nós, normalmente haverá um tempo posterior no qual perceberemos a sua ocorrência novamente, sem que consigamos nos manifestar, ainda, da forma que já desejamos. Esse período é crítico. Muita calma e aceitação nesse momento.

Arquivo atualizado em 5/6/2022 |   Versão 2.1.5 – 1ª Versão: Março/2003

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