O mantra dentro do Trance

Trance é mantra. Música eletrônica formada por mantras.

O trance vai além da emoção e da razão, a música de uma forma em geral vai ao sentimento ou ao intelecto. A sonoridade do trance vai profundamente ao campo da vibração, além da razão e da emoção.

Para quem já está a mais tempo no trance, basta ouvir o começo de uma música desse estilo para imediatamente ser por ela sensibilizado em seu corpo emocional e vibratório.

Batidas pesadas, graves e constantes: percussão; formam a base do som; trabalham os chacras de base e as energias terrenas e mundanas; a alta velocidade dessa marcação, BPM (Batidas por Minuto) contribui fortemente para a elevação do padrão energético, pois puxam pra cima a vibração da pessoa, normalmente entre 130 e 145 BPM; funcionam durante toda a festa como a mais forte energia sutil de grounding já produzida pelo ser humano, mantendo as pessoas ligadas ao plano físico; Todos os rituais Xamânicos utilizam-se de marcações por tambor; bem ancoradas no plano físico as pessoas podem subir com mais segurança à ressonância das energias mais sutis, as energias acima do plexo: as amorosas, da aceitação e expressão, intelectuais e, especialmente, as espirituais, correspondentes respectivamente aos 4º, 5º, 6º e 7º chacras; para ir ao céu, é preciso estar bem ancorado na terra. Evocando aquela perfeita analogia: uma árvore para crescer muito, precisa de raízes fortes e profundas.


Essas energias dos chacras superiores frequência dentro do som trance com as digressões, sons agudos, sibilantes etc. As paradas no som e as mudanças dos mantras servem como uma âncora para a pessoa se entregar aos movimentos naturais do corpo por longos períodos, sem o risco de polarizar movimentos e/ou sensações que vem a lhe trazer algum tipo de sequela física em decorrência de uma polarização muito longa. Essas paradas e mudanças chamam de volta a atenção e a consciência da pessoa para o presente e para a necessidade de mudar seus padrões de movimento.

Em seu livro “A Loucura Cura”, Guilhermo Borja descreve de maneira magistral, num capítulo denominado  “musicoterapia” (veja o texto completo), os envolvimentos e desdobramentos envolvendo o relacionamento da música com os seres humanos, destacando, dentre outras, as seguintes facetas:

►Músicas de evocação, provocação e explosão; a catarse, a mobilização; conteúdos emocionais que ativam memórias afetivas;

►Ir além do cansaço; superar a rigidez; expandir-se completamente dançando horas e horas e entrando em estados alterados de consciência, sem fronteiras para o tempo, a transformação do ser; permissão à liberação e ao caos; explosão sadia; expressão total do corpo.

►Música alusiva a todos os estados emocionais do ser humano; música histérica, sonsa, agressiva, violenta, sensual, sexual.

►Liberação do humor reprimido pelo contato com o ritmo;

►Música caótica ou sem conteúdo para a liberação do racionalismo;

►Instrumentos do corpo humano: o coração (órgão de percussão); aparelho respiratório;

►Dependência musical;

►O não escutar como resistência (É muito fácil dizer que disso eu não gosto, mas o importante é analisar por que não gosto. E nesse ponto haverá quase sempre conteúdos de resistência).

O som da pista influencia as pessoas 24 horas por dia, mesmo elas não estando na pista.

Um DJ que está tocando pra uma pista vazia também tem muita responsabilidade sobre todo o astral geral do Festival, pois mesmo as pessoas que estão nas barracas dormindo estão relacionando-se com o som tocado. O som tocado, por exemplo, pode servir para evocar sonhos suaves ou mesmo ir às profundezas do inconsciente e startar pesadelos com conteúdo que de outra forma não encontrariam canal para virem à tona, considerando-se aí o tipo de som e todos os demais componentes de imersão e segurança emocional citados ao longo do resto deste tratado.

A influência do som é muito amplificada após a pessoa passar ciclos orgânicos completos, dormindo, comendo, excretando etc. com ele interagindo.


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